Mês passado eu fui à China, para participar da oitava conferência anual do World Entrepreneurship Fórum, criado na França e do qual sou um dos membros fundadores. Por sua importância esse fórum atraiu outros países que, como Singapura e China, passaram também a sediar os encontros. A cidade escolhida foi Hangzhou a 120 km de Shanghai, um centro fervilhante de empresas Hi-Tech. Conhecida como o Vale do Silício da China foi considerada pelo Banco Mundial como a melhor cidade chinesa para se investir. Ali estão gigantes como o Alibaba, o maior e mais valioso portal de comercio da China, a empresa Wahaha líder chinêsa no setor de bebidas e a fábrica de automóveis Geely que comprou a Volvo. A cidade de Hangzhou é considerada uma das mais belas da China. Com uma população de 6 milhões de pessoas, recebe anualmente 50 milhões de turistas, que na sua esmagadora maioria são do interior da China. Muitos deles raramente têm a oportunidade de entrar em contato com estrangeiros, como ficou evidente quando durante um passeio a pé no lago West um grupo de chineses me parou para uma fotografia. Tudo isso através de gestos porque, apesar da incrível erupção empreendedora e tecnológica, nas ruas e no comercio de Hangzhou o idioma inglês é desconhecido. Com o Google proibido naquela região a sobrevivência de quem não domina a língua local não é nada simples. Nesse ano o fórum recebeu mais de 500 participantes de 70 países, a maior audiência de todos os tempos, algo trivial na China. A autocracia chinesa não é exatamente um modelo a ser seguido. Pagar o crescimento economico com a falta de liberdade é aceitar um preço insuportável. Por outro lado são também insuportáveis as condições de vida a que submetemos a maior parte dos brasileiros.