Mulheres

Alguns estudiosos afirmam que a mulher é melhor empreendedora do que o homem. Não entro nessa briga porque não acho que o gênero define a qualidade do empreendedor. A herança histórica, nesse caso, tem peso maior que a genética. O fato é que, como em outras áreas, também no empreendedorismo as mulheres sofrem restrições. Não é à toa que no meu livro o Segredo de Luísa a personagem central é mulher. O prêmio Nobel Muhamed Yunus oferece microcrédito às mulheres pobres (e não aos homens) porque elas cuidam da família enquanto eles torram o dinheiro em bebidas e futilidades. Historicamente as mulheres desempenharam papéis sociais diferentes dos homens. Durante séculos elas foram alijadas das grandes decisões, restando-lhes cuidar do lar. Os homens se reservaram as tarefas relativas ao poder, tais como produção, política e guerra, nutrindo-se da racionalidade, dos fatos e dados. A mulher confinada ao lar, afastada das conversas e decisões consideradas nobres, desenvolveu a capacidade de extrair informações de olhares mais do que das palavras, de aprender mais com emoções do que com discursos. Assim, através dos desvãos do poder monopolizado pelo homem político e guerreiro, a mulher aprendeu a desenvolver a emoção, a imaginação, a conviver com o indefinido, a seduzir e persuadir sem violência. Ela engendrou a capacidade de intuir e de trafegar em campos onde o conhecimento exigido não é explícito e racional  e, por isso mesmo, desprezado pelo gênero masculino. A essa habilidade costuma-se dar o nome de intuição feminina. Sem saber, elas preparavam-se para a era da inovação e hoje fazem com que, para os homens, o ar se torne rarefeito.

 

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