Pensamento absolutista

 

Nós ou eles, tudo ou nada, preto ou branco. Todos nós temos a tendência de adotar um pensamento binário e desconsiderar o que existe entre os dois extremos. Esse tipo de abordagem é chamado pelos psicólogos de pensamento absolutista porque não leva em conta a complexidade, nuances e gradações que existem entre as duas fronteiras. Para a psicologia o pensamento absolutista é doentio, embota a mente, obscurece o entendimento do próprio eu e dificulta a realização dos sonhos pessoais. Além disso empobrece o diálogo e gera inutilmente desentendimentos e conflitos entre pessoas com ideias diferentes, que não conseguem perceber pontos em comum na rigidez e inflexibilidade dos limites. Adotamos o pensamento absolutista porque é trabalhoso enfrentar a complexidade de um tema. Psicólogos usam o termo avaro cognitivo para descrever essa preguiça mental que está na fonte dos nossos preconceitos. O populismo usa e abusa do pensamento absolutista. Ele sempre designa e não raro inventa um adversário, inimigo ou opositor como responsável pelos males. Destruí-lo é o fundamento de sua ideologia. Nós contra eles. O bem contra o mal, o justo contra o ímpio. A rigidez do pensamento absolutista impede a compreensão dos fenômenos sociais e econômicos. As conseqüências, como se vê no Brasil, são desastrosas. Na nossa vida pessoal, quando sucumbimos ao pensamento absolutista, diminuímos a capacidade de fortalecer nossa autoestima, de perseguir nossos sonhos e de criar e manter redes de relações. Empreendedores sabem que a inovação depende da compreensão do que se passa entre os extremos e que o sucesso desrespeita limites.

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