Redes de relação em vez de ensinar empreendedorismo

Caro ouvinte, provavelmente você gostaria de matricular o seu filho nos mesmos cursos de empreendedorismo que foram freqüentados pelos quase adolescentes que criaram o Facebook, Microsoft, Apple. Seria maravilhoso se não fosse impossível. Eles não fizeram curso algum. Antes de entrarem na universidade já tinham em mente criar uma empresa, fato corriqueiro em uma cultura que valoriza positivamente a autonomia, a capacidade de ser dono do próprio nariz e de deixar a sua marca no mundo. Em algumas regiões dos Estados Unidos pré-adolescentes criam empresas milionárias. Lá a universidade faz coincidir três momentos definidores: o final da adolescência, o aprendizado de alta tecnologia e, principalmente, a inserção na rede que liga estudantes a empreendedores, capitalistas de risco, pesquisadores, profissionais da área. Cursos universitários em qualquer parte do mundo são voltados para a reprodução de conhecimentos e raramente mudam comportamentos e valores sociais. A melhor contribuição da universidade não é induzir alunos a serem empreendedores, mas oferecer-lhes as ferramentas e redes de relações que facilitem o seu caminho. É um equivoco supor que o momento para se apresentar o empreendedorismo ao jovem seja na universidade. Para nós, brasileiros, já é muito tarde. A mente do nosso estudante universitário já foi seduzida pelo modelo mental que indica o serviço público como a opção profissional mais conveniente. As raízes culturais amadurecem em casa e na educação básica.

Um abraço do FD

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