Os nossos despreocupados cliques na internet podem se transformar em armadilhas perigosas. Um exemplo agourento é imaginado pelo sociólogo norte-americano Zeynep Tufek. Um indivíduo que vende passagens aéreas para Las Vegas teve suas vendas turbinadas pela Inteligência Artificial que lhe permite utilizar dados de milhões de pessoas coletados no Facebook, Google e outros. São informações sobre hábitos, personalidades, crenças, tendências, perfis psicológicos que, processados pelos algoritmos de aprendizagem, indicam a propensão das pessoas comprarem uma passagem aérea para tentar a sua sorte em cassinos. Isso parece ser ótimo para quem vende e até para quem compra. Mas também pode oferecer riscos. O mesmo algoritmo usado para persuadir alguém a comprar algo pode aprender que é mais fácil vender passagens para Las Vegas a pessoas bipolares que estão prestes a entrar na fase maníaca, quando se tornam jogadoras compulsivas. O dono da empresa não teria a menor idéia de que estaria atraindo clientes maníacos compulsivos para uma verdadeira cilada. Ainda não existem evidências de que fatos como esse já aconteceram, como também não há duvidas de que o ilustre sociólogo Zeynep Tufek é chegado a um terrorismo. Mas como as ferramentas já estão disponíveis, a elevada probabilidade de que alguém faça uso delas nos indica que é melhor prevenir.