Pai rico, filho nobre, neto pobre

 

O dito “pai rico, filho nobre, neto pobre”, é universal. A sua origem pode ser uma advertência aos ricos que criam filhos perdulários. Pode ser também uma maldição maquinada pela inveja dos que não são ricos. Entre os empreendedores é comum a figura daqueles que se afogam no trabalho e tentam compensar a distância dos filhos com mimos materiais, desde brinquedos sofisticados até o luxo ostensivo. Isso faria com que os herdeiros prefiram o ócio ao trabalho e acabem legando aos netos o caixa vazio. No entanto estudos sugerem que o ditado “pai rico, filho nobre, neto pobre”, tem pouca relação com a realidade e sobrevive somente devido à rima jocosa. Muitos netos de empreendedores estão mais ricos do que os avós. Além disso, o fracasso dos filhos pode ter origem não no ócio ou esbanjamento, mas nas injunções do mercado ou na incapacidade de inovar e gerenciar. O fato é que empreendedores não estão dispostos a colocar dinheiro nas mãos de filhos incompetentes ou pródigos porque sabem como é difícil ganhá-lo. Nos USA os magnatas estão limitando as heranças dos filhos para evitar que percam a ambição e trabalhem duro. Um bilionário declarou que irá deixar somente 1% do patrimônio aos filhos, o suficiente para que eles possam fazer qualquer coisa, mas não tanto que não queiram fazer nada na vida. Isso pode acontecer nos USA, cujas leis permitem a doação de todos os bens. No Brasil, onde 50% do patrimônio é dos herdeiros, filhos e cônjuges de milionários estão tristemente condenados a receber uma herança polpuda. Coitados!

 

Um abraço do Fernando Dolabela

 

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