A família moderna

Até o século XVII a família, no ocidente, se organizava em torno do trabalho, que era realizado em casa. Aos seis anos crianças começavam a trabalhar. Antes disso eram desprezadas pela família. Na casa o mesmo espaço era usado para dormir, comer, trabalhar, vender, dançar. Era um espaço público sujeito à invasão dos visitantes. A privacidade familiar não existia e a família não era o núcleo de afetividade que é hoje, mas um ambiente para se exercer e ensinar um ofício, conservar a honra e os bens e oferecer segurança. A família moderna nasceu pela influência da escola, inspirada nas ideias iluministas de conhecimento e razão, e da revolução industrial, que tirou o trabalho de casa e o empurrou para a esfera pública. A educação passou a ser o novo caminho para preparar os filhos para a vida. A lenta transferência de habilidades do mestre artesão para o aprendiz foi substituída pela distribuição do conhecimento em larga escala. A família passou a se organizar em torno dos filhos, transformando-se em núcleo da sociedade e local de afeto que, ao mesmo tempo protegia a criança do mundo exterior e a preparava para nele entrar. Os jovens ganharam a liberdade de conceber um futuro diferente. Os conceitos de público e privado ganharam nitidez. A ciência diminuiu a taxa de mortalidade infantil e a criança se transformou no alvo prioritário das políticas governamentais. No entanto isso não acontece no Brasil que ainda não percebeu que o investimento em crianças e adolescentes é o único caminho para a dignidade e o desenvolvimento. Crianças devem ser o alvo prioritário da educação empreendedora.

Um abraço do Fernando Dolabela

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